segunda-feira, 11 de julho de 2011

Nonô e Naná

english mobile

Nonô e Naná - Dupla sertaneja formada por Alcides Felisbino de Souza, o Nonô (Formiga MG 22/11/1922 — São Paulo SP 01/07/1997) e Maria de Lourdes Sousa, a Naná (Formiga 19/8/1934—). Com o pseudônimo Nonô Basílio, Alcides estreou profissionalmente em 1934, aos 12 anos, cantando e tocando banjo no conjunto Irmãos Azevedo, que se apresentava em Formiga e cidades vizinhas. Quando o conjunto se transformou em orquestra, em 1938, deixou-o.

Também tocava violão, e passou a fazer serenatas, mediante pagamento. Em 1946 ingressou no curso da Corporação Musical Teófilo dos Reis, em São João del Rei MG, aprendendo saxofone e outros instrumentos de sopro. Dois anos depois, retornou à cidade natal.

Em 1950, na Rádio Tupi de São Paulo, conheceu o trio Palmeira, Luisinho e Zezinha. No ano seguinte, o trio gravou o primeiro disco de Nonô Basilio como compositor, pela Victor, Cantando sempre (com Mauro Pires), seguindo-se, pela Copacabana, Mulher ciumenta (com Palmeira), composição humorística lançada em disco por Jeca Mineiro e Mineirinho. 

Em 1952 escreveu outro sucesso, O piado do mutum, baseado em tema folclórico mineiro, gravado por Palmeira e Biá, na Victor. Três anos depois, retornou a Formiga e casou com Maria de Lourdes, formando com ela a dupla Nonô e Naná, que em 1956 foi levada por Cascatinha e Inhana para estrear no programa de Blota Júnior, na Rádio Record, de São Paulo. 

Contratada pela emissora, no ano seguinte gravou, pela Todamérica, o primeiro compacto, Mocinho sabido (Torrinha e Tito Neto) e Só quero você (Piraci e Dudu Basílio). Passou então a se apresentar em circos e parques de diversões, viajando por vários Estados. 

Em 1959, a dupla gravou um compacto simples na Chantecler, com Quando a saudade chegar (Gerson Santos e Cruz) e Uai, é?! (Jair Gonçalves). Continuou a viajar até 1962, quando gravou o primeiro LP, pela Chantecler, com destaque para a composição de Nonô Basílio Uma casa de caboclo, um de seus maiores sucessos. 

Em 1971, a dupla participou do filme No Rancho Fundo, de Osvaldo de Oliveira, e, no ano seguinte, Nonô tornou-se diretor sertanejo da gravadora Copacabana, lançando grandes sucessos, como Onde canta o sabiá (Nonô Basílio), Eterna saudade (Bernadete Albardeira e Ulisses Lucas), Na granja Cocodeco (Capitão Furtado e Zé Cupido) e Vale a pena viver (Mauro Pires e Zezão). 

Em 1973, a dupla gravou LP na Beverly, incluindo antigos sucessos e composições inéditas, como Judiaria (Lupicínio Rodrigues), Enxugue as lágrimas (Zito Vieira e Jorge Ab) e Orgulho de caboclinha (Nonô Basílio), dedicada a Naná. No mesmo ano a dupla gravou outro LP, na Philips, com a faixa de abertura Tem que ser assim (Odilon, filho mais velho do casal). 

A dupla manteve, no início da década de 1990, um programa na Rádio Difusora, de São Paulo, e lançou, em 1996, o primeiro e único CD, Nossa última lembrança. 

Autor de mais de 500 composições, Nonô Basilio tem músicas gravadas por cantores como Sérgio Reis, Chitãozinho e Xororó, Jeca Mineiro e Mineirinho, Cascatinha e Inhana, Tonico e Tinoco, Palmeira e Biá, Pedro Bento e Zé da Estrada, e muitos outros. 

Seus maiores êxitos incluem, além dos já citados, Mágoa de boiadeiro (c/Índio Vago), Terra sempre terra, Boiadeiro beija-flor, Amor de verdade

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Olodum

english mobile

O Olodum, grupo musical e cultural, foi fundado em Salvador, Bahia, em 25 de abril de 1979. Criado como bloco por um grupo de jovens negros do bairro Maciel-Pelourinho, o Olodum (“deus dos deuses”, na língua ioruba) estreou no Carnaval de 1980. No ano seguinte, já com mais de dois mil associados, desfilou exaltando a história do país africano Guiné-Bissau.

Em 1983, depois de reorganização interna, nasceu o Grupo Cultural Olodum, que passou a implementar projetos sociais e culturais (projeto Rufar dos Tambores, cursos afro-brasileiros, Banda Mirim Olodum) e, em 1984, foi reconhecido como entidade de utilidade pública municipal e estadual.

Seu primeiro LP, Egito, Madagascar, de 1987, com a música Faraó (Luciano Gomes dos Santos), transformou-se em fenômeno de execução na Bahia. No terceiro LP, Do deserto do Saara ao Nordeste brasileiro, em 1989, a música mais tocada foi Revolta Olodum (Domingos Sérgio e José Olissan). Ainda em 1989, o grupo fez seus primeiros shows na Europa e, no ano seguinte, foi ao Japão, Argentina e Chile, voltando também à Europa.

Ganhou o Prêmio Sharp de Música, como melhor grupo regional, nos anos de 1990, 1992, 1993 e 1994. Acompanhou Paul Simon na faixa The Obvious Child, de seu disco The Rhythm of the Saints, de 1990. O videoclipe da música, gravado no Pelourinho, em Salvador, foi exibido em 140 países. O grupo tocou também com outras estrelas internacionais: Michael Jackson, Jimmy Cliff, Wayne Shorter e Herbie Hancock.

Em 1992 lançou o LP A música do Olodum, com o grande sucesso Nossa gente (Roque Carvalho), regravado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no CD Tropicália 2. O disco lançado no ano seguinte, O movimento, com a canção Requebra (Pierre Onassis e Nego), vendeu mais de 250 mil cópias.

Abandonando aos poucos a ênfase na percussão, característica de seus primeiros discos, em prol de maior instrumentação de sopros, cordas e teclados, o grupo continuou gravando: lançou em 1995 Sol e mar, gravado ao vivo no Festival de Montreux, Suíça, com regravações dos maiores sucessos do grupo; em 1996, o CD Roma negra; e em 1997, o CD Liberdade, comemorando 18 anos de carreira.

O grupo já gravou diversos discos, apresentando-se em muitos países da América Latina e Europa. No ano de 2005, a Banda Olodum, uma parte do bloco, a mais conhecida, que conta com 30 percussionista apresentou-se ao lado da cantora Sandy e da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) através do "Projeto Aquarius", na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A música do Olodum se baseia no chamado “samba-reggae” — fusão de ritmos brasileiros e jamaicanos, juntamente com elementos de forró, funk, pop e outros gêneros — originalmente criado por Mestre Neguinho do Samba, que se integrou ao grupo em 1983.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Ná Ozzetti

english mobile

Ná Ozzetti (Maria Cristina Ozzetti), cantora, nasceu em São Paulo SP, em 12/12/1958. De família de músicos, seu irmão Dante é violonista e integra a banda da cantora, Marco é guitarrista e Marta é flautista.

Formada em artes plásticas, só começou a cantar em 1978, quando os integrantes do grupo Rumo a ouviram numa praia de Parati RJ e a convidaram para ser a cantora do grupo. Passou a dedicar-se à música, fez cursos de piano e canto. Permaneceu com o grupo até 1992.

Gravou pela Continental seu primeiro disco solo em 1993: Ná Ozzetti incluindo regravações de antigos sucessos, como Sua estupidez (Roberto Carlos e Erasmo Carlos ), No Rancho Fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo) e canções de Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik e Luís Tatit.

Seu segundo disco foi (1994, WEA). Bem acolhida pela crítica, começou a se apresentar mais em São Paulo, e fez um especial na 1V Cultura, Canto em qualquer canto (1995).

Em 1996 lançou o CD Love Lee Rita, seu terceiro disco, apenas com músicas de Rita Lee. Em 1996- 1997 fez shows no Tom Brasil, em São Paulo.

Fundou a Ná Records, lançando, em 1999, seu disco Estopim, que registrou suas composições Canto em qualquer canto (c/ Itamar Assumpção) e Toque de reunir (c/ Luis Tatit), entre outras.

Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira (TV Globo), interpretando a canção Show (Luis Tatit e Fábio Tagliaferri), tendo sido contemplada com o prêmio de Melhor Intérprete, que lhe valeu a gravação do CD, pela Som Livre, Show, lançado no ano seguinte.

Em 2001, apresentou-se, ao lado de José Miguel Wisnik e Luís Tatit, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), no ciclo "São Paulo: da vanguarda ao pop".

Sob a supervisão de Eduardo Gudin, apresentou-se no Sesc Pompéia (SP), ao lado das cantoras Jane Duboc, Monica Salmaso, Celine Imbert, Tetê Espíndola, Vânia Bastos e Myriam Peracch, e da Orquestra Jazz Sinfônica, sob a regência de João Maurício Galindo, interpretando canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, cujas partituras mantiveram os arranjos originais de Leo Peracchi para o LP Por toda a minha vida (1959), de Lenita Bruno. O trabalho foi lançado, em 2002, pela Dabliú Discos, no CD Canções de Tom e Vinicius. O Mestre Leo Peracchi e a Jazz Sinfônica.

Em 2004, apresentou-se, ao lado de Jards Macalé, Nó em Pingo D'água e Selma do Côco, no Auditório Gilberto Freyre, da Funarte, no Rio de Janeiro, marcando a volta do "Projeto Pixinguinha", percorrendo, em seguida, outras cidades brasileiras.

Em 2005, lançou,com em duo com André Mehmari, o CD Piano & Voz, contendo Vôo da bailarina (André Mehmari e Cristina Saraiva) e músicas de Pixinguinha (Rosa), Caetano Veloso (O ciúme), Dante Ozzetti e Luiz Tatit (Nosso amor), entre outras. Nesse mesmo ano, a gravadora MCD relançou os CDs (1994) e Estopim (1999) em luxuosas edições com capa em digipack, notas da artista e faixas-bônus.

Lançou, em 2009, o CD Balangandãs, com a participação de Dante Ozzetti (violão), Mário Manga (guitarra, violoncelo e violão tenor), Sérgio Reze (bateria) e Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo acústico). No repertório, canções das décadas de 1930 a 1950.

Em 2010, voltou a se reunir com os demais integrantes do grupo Rumo - Luiz Tatit, Hélio Ziskind, Gal Oppido, Paulo Tatit, Pedro Mourão, Zecarlos Ribeiro, Akira Ueno e Geraldo Leite -, para o lançamento do CD Sopa de concha, interpretando um repertório de músicas do passado pesquisado por Geraldo Leite: Gosto mais do outro lado (Assis Valente), de 1934, Não resta a menor dúvida (Hervé Cordovil e Noel Rosa), de 1935, Honrando um nome de mulher (Gadé e Valfrido Silva), de 1936, entre outras. 

O disco contou com a participação de Swami Jr (direção artística, arranjos, violão 7 cordas e baixo), Milton Mori (cavaquinho e bandolim), Guilherme Kastrup e Douglas Alonso (percussões), e ainda de Mario Manga (dobro e violão tenor), Andre Mehmari (piano), Toninho Ferragutti (acordeom), Nailor Proveta (sax alto, sax soprano e clarineta), Popó (tuba), Mané Silveira (sax alto), Tiquinho (trombone), Ubaldo (sax tenor), Nahor Gomes (trumpete), Fábio Tagliaferri (viola), Valdir Ferreira (trombone de vara) e Júnior Galante (trumpete), como músicos convidados.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.